26.9.07

Vira-lata


Vira-lata desta cidade que sou,
Que me é,
Não vi
Botarem os parques e as igrejas
Atrás das grades.
Amante da beleza ou
Alma aflita,
Agora tenho horário de visita.
Sou ambos de repente.
Não mais flores roubadas
De um jardim, para uma amada.
Não mais madrugadas
Em bancos de parques
Olhando as estrelas por entre
O bordado das copas das árvores.
Agora apenas o olho comprido
Desde as calçadas,
Tristonho e solidário,
Altivas como altares,
Às solitárias,
Seguras e tristes
Rosas trancadas.